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sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Como estudante de medicina, noto cada vez mais que o método cartesiano não tem sido útil para estudar a mente em relação ao corpo. A psiquiatria ainda rasteja por tratar o homem como máquina.Spinoza, nesse aspecto, dá um banho em Descartes.Não é hora de admitirmos que ainda não sabemos nada? (cont)
Não é verdade que não sabemos nada e nem que saibamos tudo. Sabemos alguma coisa e não sabemos outras. A ciência vem progredindo em seu afã de encontrar explicações para o funcionamento da mente. Mas isso é assim mesmo, uma vez que a humanidade é jovem e a ciência mais ainda. Considerando que ainda temos algumas dezenas de milhões da anos de existência de nossa espécie, se conseguirmos achar as respostas em alguns milênios, ainda a acharemos muito cedo. O que não se pode é cristalizar em conceitos fixos, como cartesianismo ou qualquer outro. Cada proposta teve sua validade no momento em que surgiu e, mesmo, em alguns aspectos e para alguns assuntos, pode continuar a ser válida, até que se verifique que não mais o seja. Isso normal acontecer com qualquer proposta, mesmo as que agora são consideradas as válidas. O bom da ciência é que ela não tem respostas definitivas e está sempre em construção, diferentemente das religiões, que consideram que suas propostas são definitivas. A filosofia também não tem propostas definitivas. Tudo que seja considerado uma explicação o é até que algo de novo mostre que não seja.
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