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sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Mesmo que passem milhares de anos, sempre haverão pessoas com índole má, uns por problemas genéticos, outros por serem a escória da sociedade, usuários de drogas, invejosos, ambiciosos, etc. Como compatibilizar isto com uma civilização sem presídios, advogados e juízes?
Não é verdade que "sempre" haverá. Nisso se engana Jesus Cristo. Poderá haver por questões patológicas. Essas pessoas serão encaminhadas a tratamento médico, podendo ser privadas do convívio da sociedade, em alguns casos. Mas a índole má, apenas, pode ser corrigida pela educação. Não digo a educação formal, nas escolas (mas também ela), mas a educação que os cuidadores propiciam, bem como o conjunto da sociedade. Numa sociedade em que todo tipo de esperteza voltada para a obtenção de vantagens pessoais em detrimento do bem comum seja considerado algo inteiramente horripilante e digno no mais completo desprezo, em que pessoas que assim o ajam recebam a hostilidade geral de todos, desde criancinhas, tal tio de comportamento não propiciará nenhuma vantagem, inclusive porque tudo o que qualquer um possa ter, o terá, sem requerer nenhum tipo de golpe. Note que a anarquia comunista é, principalmente, um estado de espírito, uma cosmovisão completamente introjetada na mente das pessoas. Uma atitude global de cooperação em vez de competição, de solidariedade, em vez de fruição de vantagem, de gentileza, de desprendimento, em vez de cobiça, de ganância. Isso é que tem que ser instilado na juventude, gerações a fio, para que se torne o normal, o que seja unicamente aceitável. Por isso é que a anarquia comunista é uma situação que só se estabelecerá no mundo, dentro de séculos ou, até, alguns milênios. Mas essa é a rota que a humanidade vem trilhando há milênios. O que temos o dever de fazer é buscar abreviar tal situação, em benefício de muitos, que deixarão de ser pobres, ignorantes, incultos, desnutridos, doentes, prejudicados, explorados, ou, até mesmo, burros e feios. Porque inteligência e beleza aumentam com a saúde. Até lá ainda será necessária a existência de polícia, advogados, juízes e prisões. Mas é preciso que o mal seja exemplarmente punido, sem comiseração. Que a justiça seja, de fato, justa e que os punidos sejam submetidos a um processo eficaz de reeducação, a fim de que não voltem ao crime. Entrementes, a economia tem que desenvolver meios de promover a distribuição de renda e o aumento das riquezas, de modo que se extermine a pobreza do mundo, bem como a riqueza exagerada. Tudo isso tem a ver, principalmente, com a educação. Uma educação abrangente e não apenas isso que se vê. Uma educação que eduque o caráter, que forme pessoas conscientes, altruístas, em suma, virtuosas. Isso: educação para a santidade. Mas não uma santidade carola e sim uma santidade humanista e, mais que humanista, naturalista. Uma educação que forme pessoas probas, nobres, incorruptíveis, sábias, mais do que instruídas, inteligentes mais do que cultas, mas cultas também, totalmente ilibadas, bondosas, gentis, generosas, cordiais. Mas também impolutas, corajosas, bravas, que pugnem pela verdade, pelo bem, contra tudo de ruim, de venal, de corrupto. Isso é que tem que ser o verdadeiro "Übermensh" e não o que tenha "vontade de poder".
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