Na acepção original da palavra, considero que o cinismo seja uma das mais elevadas atitudes morais de uma pessoa, que é o total desapego de todos os bens materiais e a fixação da felicidade na prática da virtude. Este é um ideal que persigo e, parcialmente, tenho conseguido alcançar. É o que também pregava Jesus em Mateus, 19:16-24. Quanto ao platonismo, estou de acordo com sua valorização do conhecimento, da dialética e, principamente, da sabedoria, mas discordo completamente da noção da primazia das formas ou idéias sobre o mundo sensível. Pelo contrário, as idéias, formas ou conceitos são abstrações mentais construídas a partir das características comuns às entidades sensorialmente percebidas, pertencentes a uma mesma categoria. Tais concepções, assimiladas pelo cristianismo, principalmente por Agostinho de Hipona, transformaram-se na base das noções espiritualistas e místicas da doutrina cristã, afastando-se das concepões judaicas iniciais. O "mundo das idéias", como entidade real, não material, ao invés de simplesmente uma abstração, é algo que, simplesmente, não existe.
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