Não acho que seja falta de seriedade ter relacionamentos sem compromisso, desde que os envolvidos estejam plenamente cientes disto e não esperem nada além da fruição do prazer recíproco que um pode dar ao outro. Sexo e amor, com sexo e amor se pagam. Falta de seriedade é enganar uma pessoa deixando ela entender que está ocorrendo um relacionamento compromissado quando não está. E que é um relacionamento compromissado? Depende do que as pessoas envolvidas considerem. O compromisso geralmente envolve permanência, dedicação, exclusividade e fidelidade. São coisas distintas e a permanência tem que ser entendida como uma disposição ou uma intenção, não como uma obrigação, pois, se não há mais gosto pelo relacionamento, permanecer nele é pior. A dedicação é o núcleo do compromisso, significando que um ao outro se empenham em promover a felicidade, dando-se prazer, amor, companheirismo, amizade, afeto, solidariedade, carinho, gentileza e, também, sexo. A fidelidade significa que não se vai trair, no sentido de se envolver com uma terceira pessoa sem o conhecimento da segunda. E a exclusividade é o não envolvimento com terceiras pessoas, como ou sem o conhecimento da segunda. Na minha concepção a exclusividade não seria uma exigência necessária para um relacionamento compromissado, mas a permanência, a dedicação e a fidelidade sim. Julgo perfeitamente possível a existência, simultânea e consentida, de relacionamentos plurais, isto é um ou mais homens com uma ou mais mulheres, ou mesmo homens com homens e mulheres com mulheres. Não estou falando de promiscuidade e licenciosidade, mas sim de relacionamentos compromentidos que envolvam amor, dedicação, permanência e fidelidade, mas não exclusividade. É uma questão de aceitação por todos os envolvidos.
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