O primeiro contato da mente com o mundo é pelos sentidos. Estes levam sensações ao cérebro que as interpreta, armazenado-as como imagens visuais, auditivas, olfativas, táteis, térmicas, gustativas, álgicas, ou de qual outro sentido se referirem. Se a pessoa não possuir uma linguagem, não se faz correlação entre estes registros e palavras que lhes sejam associadas. Mas a mente estabelece associação entre essas imagens, que são idéias, mesmo que não sejam conceitos, e emite um juízo sobre essas associações, a respeito de sua pertinência ou não. Esses juízos já são um "pensamento sem palavras". Normalmente é assim que se pensa, insconscientemente. Pode, inclusive, haver encadeamento de juízos que levem a novos juízos, o que consiste no "raciocínio", sem palavras. Aliás, é assim que sempre ocorre. Todavia, sem linguagem, a comunicação do pensamento se torna muito difícil, quase impossível. Assim, a linguagem se torna um elemento extremamente importante na condução do pensamento. Há autores, inclusive, que consideram que não exista pensamento sem linguagem. Mas há e, a todo momento, nos deparamos com alguma idéia que queremos expressar e não sabemos que palavras o possam fazer, apesar de a termos nítida na mente. A linguagem, inclusive, nos permite conceber idéias das quais não se tem uma imagem sensorial, isto é, puramente abstratas. Mesmo assim, toda idéia abstrata possui alguma realização concreta e a mente considera inúmeras possibilidades dessas realizações para conceber sua generalização abstrata. Normalmente, todo matemático, ao procurar o modo de demonstrar um teorema, concebe casos particulares e, deles, busca a generalização requerida para a demonstração. Mesmo quando raciocinamos conscientemente, o cérebro opera sem a linguagem, inconscientemente, e, então, traduz esse raciocínio sem palavras para uma linguagem, apresentando-o à consideração da consciência. Isto é o que se chama de "intuição". A genialidade de uma pessoa está principalmente ligada ao grande poder intuitivo de raciocínio que ela possua, sendo este um dos maiores fatores do que se chama de "inteligência". Note que a intuição não é ilógica, mas é uma "lógica inconsciente", que não opera segundo os preceitos formais da lógica mas sim segundo um "modus operandi" próprio, que se estabeleceu na mente como uma generalização das operações da vida cotidiana que obtiveram sucesso.
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