terça-feira, 9 de agosto de 2011

Gosta de poesia concreta?

Não é a forma de poesia que mais aprecio. Como gosto de todo tipo de arte até que contemplo, mais intelectualmente do que emocionalmente. Para mim, o ofício do poeta é levar ao leitor a magia da palavra em provocar emoção, tanto sensorial, quanto intelectual. Não pretende ele convencer de nenhuma tese nem fazer proselitismo ou moralizar. O único compromisso da poesia é com ela mesma, com sua beleza íntrínseca, que emana não só do tema mas, principalmente, da forma com que é colocado, da melodia do som das palavras, do ritmo de sua silabação, da estrutura gráfica, das conotações semânticas, do duplo sentido, das alegorias e tudo o mais que se faça uso. Nisso o poeta se vale de sua sensibilidade e seu talento mas, principalmente de seu esforço e trabalho, calcado em seu cabedal de conhecimeto da língua, de seu rico vocabulário, de sua memória (de tudo o que já leu de poesia) e de seu agudo senso de análise psicológica do ser humano, de sua fina percepção das nuances capazes de fazer o leitor rir, sorrir, chorar, enfurecer, enfim, de provocar o estado de comoção e prazer estético na leitura do poema.
Para conseguir tal proeza não basta que tenha (mas é preciso também) traquejo linguístico e fluência em escrever. Há que se ter uma centelha mágica de gênio, uma sensibilidade entranhada no ser, uma inspiração profunda e, principalmente, um ardor nunca arrefecido de proclamar ao mundo tudo o que de dentro de sí transborda, num furor insano de labor poético.

Ask me anything (pergunte-me o que quiser)

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