Muito interessante. Justamente o que eu achava. A mente não se localiza em nenhuma alma espiritual: é natural (física) mas não é material. Mas também não é um epifenômeno. É simplesmente um fenômeno, uma ocorrência. Mas não pode ser reduzida linearmente ao funcionamento nervoso. É preciso entender que físico não é só matéria. Além da matéria, temos outros tipos de conteúdo substancial (isto é, feito de algo palpável), que são os campos e a radiação. E, além do conteúdo substancial, temos o espaço, o tempo, as estruturas, as ocorrências e a dinâmica disso tudo. A mente e suas propriedades (percepção, memória, juízo, raciocínio, emoção, volição, consciência, autoconsciência etc) são ocorrências advindas do funcionamento do organismo, especialmente do cérebro e dos sistemas nervoso e endócrino. Isto significa que não existe sem eles. Mas não se reduz a eles da forma convencional da concepção de redução, nem ontológica, nem epistemológica, nem de causação. A concepção holística, contudo, como no epifenomenalismo, considera a presença de fatos irredutíveis aos extratos mais baixos da realidade. Todavia é possível conceber um reducionismo não linear, que considera a presença de reforços, retroalimentações, cancelamentos, influências cruzadas e várias formas de relação do extrato superior com os inferiores que não são apenas a soma das contribuições. É preciso distinguir totalidade de soma. O total significa o resultado conjunto de tudo o que se considera. Em muitos casos o resultado conjunto não é obtido pela simples soma das contribuições. É isto o que deve ser a mente em relação aos fatores fisiológicos que permitem a sua eclosão no organismo. As relações precisas entre os diversos fatores ainda está por ser desvendada, mas, no meu entendimento, a concepção seria esta. Salvo melhor juízo.
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