Anarquismo é uma forma de vida social em que não existem estados, nações, governos, fronteiras, propriedade, dinheiro, forças armadas, políticos, leis, religiões e uma série de outras restrições á plena liberdade. Isso não significa desordem nenhuma, pelo contrário. A sociedade anarquista se sustenta porque todos são imbuídos de extrema responsabilidade pela manutenção da ordem, sem imposição nenhuma. Todos trabalham de graça uns pelos outros e todos têm tudo de que precisam. Não há ricos nem pobres. Todos têm alto nível de educação, cultura, saúde e felicidade. Tudo é comunitário e compartilhado entre as pessoas, sem propriedade particular. Alojamentos, refeitórios, lavanderias, vestuários, salas de lazer, bibliotecas, tudo compartilhado. Maridos e mulheres também são compartilhados, bem como filhos, pais e mães. Uma família estendida. Ninguém é egoísta nem preguiçoso. Não há crimes nem prisões, nem polícia, nem juízes, nem advogados, nem contadores, nem bancários, nem empresários. Não há empresas, apenas corporações geridas pelos próprios trabalhadores que produzem e prestam serviços distribuindo tudo para os usuários de graça. Da mesma forma a agricultura e tudo o mais. Todos produzem com a maior dedicação e competência e distribuem. Comissões são formadas para gerir os processos e dissolvidas quando não for mais preciso. Ninguém manda e ninguém obedece. Todos entram em acordo.
Impossível? Hoje certamente sim, mas não definitivamente. É possível se chegar a esse estado ao fim de um longo processo educativo, da ordem de várias dezenas de gerações. Mas é preciso começar agora para se chegar lá em mil anos ou menos. Como? Difundindo esses ideais e conscientizando as pessoas para começarem, pouco a pouco, a agirem nesse sentido. O que fazer? Dedicar parte do tempo para trabalhar de graça para a comunidade. Compartilhar o que se possui. Resolver os problemas públicos por conta própria, sem contar com os governos. Ir cada vez mais fazendo tudo de modo informal, sem oficializar. Construir centros comunitários por mutirões, com material doado, em terrenos baldios sem dono, para proveito de todos sem ser de ninguém. Plantar hortas comunitárias para se ter alimentos sem ter que comprar. Essas iniciativas vão, aos poucos, levando o dinheiro, a propriedade e o governo a se tornarem desnecessários, até que deixem de existir por absoluta falta de razão de ser. O anarquismo nunca pode ser imposto por revoluções e nem por decretos ou leis governamentais. Tem que surgir naturalmente. Também não é possível haver uma nação anarquista. O anarquismo não concebe a existência de nações. Só os povos e os países, sem fronteiras e sem governos. Esta é a tendência natural e é o que tem acontecido ao longo da história em que, cada vez mais, as liberdades vão crescendo, o poder vai sendo diluído. A democracia já é um passo para o anarquismo, em relação aos regimes autocráticos. A comunidade européia também é um passo para o anarquismo. A internet outro. Anarquismo é isso. Uma coisa maravilhosa. Um paraíso na Terra. Vamos trabalhar para que isso venha a acontecer no futuro, mesmo que, pessoalmente, não cheguemos a tirar proveito nenhum. Mas, assim fazendo, já estamos vencendo o egoísmo.
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quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Achei muito interessante seu ponto de vista sobre a constituição de um lar e a privação do amor; entre outros. Já vi o senhor citando algo sobre "anarquismo" diversas vezes aqui. Poderia explicar melhor o conceito disso? Quais são os ideais, etc..
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