terça-feira, 13 de setembro de 2011

Os intelectuais são os que divorciam a cabeça do corpo, como dizia Goya "A razão cria monstros". Devemos ter cuidado com a mente que somente raciocina? Aquela razão pura e desprovida do sentimento. Ou somente sentimento levam o sentimental continua

ao ser sentimental demasiado, um grande fresco…Como tu és ou pensa ser? Por que enxerga esta sendo a melhor escolha para ti?

Para começar, não é possível existir nenhum "Dr. Spock" na humanidade. A razão não prescinde da emoção para funcionar. Este é o tema do livro "O Erro de Descartes", de António Damásio, muito bom. Até para se demonstrar um teorema é preciso envolver emoção. E sentimento nada mais é que um pensamento envolto em emoção. Pretender ser puramente lógico e racional não apenas é impossível, como é um desejo idiota. O funcionamento mental consciente é apenas uma menor fração do todo que, na maior parte, é inconsciente. E o inconsciente não funciona segundo as regras da racionalidade. Isto é bom. É daí que vem a intuição, poderosíssima ferramenta criativa de artistas e cientistas. Note que não há muita diferença mental em ser um artista ou um cientista. A diferença está no preparo técnico, não na inteligência ou modo de operar do cérebro. Então é sempre preciso por sentimento no que se faz, por mais racional que se queira ser.
Por outro lado, agir apenas pelo sentimento, sem levar em conta as ponderações da razão é uma grande imprudência. Para usá-la é que a possuímos. Em suma, não se pode ir nem tanto ao mar nem tanto à terra. Um equilíbrio é o mais saudável, indicado e eficaz. Em cada momento, dependendo do assunto, pode prevalecer um ou outro aspecto. Isto também depende do temperamento e das convicções de cada um. Nos aspectos relativos aos relacionamentos humanos e aos trabalhos artísticos, eu tendo para o lado do sentimento, enquanto nos aspectos científicos e tecnológicos eu tendo para o lado da racionalidade. Sem esquecer a outra parte em todos os casos. No que diz respeito aos negócios, eu também sou mais emocional do que racional. Por isso não me atrevo a tratar desses assuntos no colégio em que sou vice-diretor. Só cuido do apoio pedagógico. A parte financeira eu nem tomo conhecimento. Senão eu levaria o colégio à falência, como já o fiz em minha vida pessoal.

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