quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Me fale sua opinião sobre a igualdade dos gêneros (homem e mulher) e o que deveria ser feito para essa igualdade existir na teoria e na prática.

A distinção entre sexo e gênero é que o primeiro é biológico e o segundo social. Sem dúvida há distinção biológica entre os sexos, já que o homem não gesta, não pare e não aleita. Quando ao resto, de modo geral, os sexos têm as mesmas capacidades. A diferença principal está na anatomia da genitália e nos caracteres secundários (barba, seios etc). Nas sociedades primitivas os gêneros correspondentes a cada sexo tinham papéis distintos e bem estabelecidos. O mundo moderno não exige essa distinção e, praticamente, qualquer atividade social ou econômica pode ser executada por qualquer dos gêneros. E se, mais ou menos, existe metade da população feminina e metade masculina, toda atividade deveria ser exercida, metade por homens, metade por mulheres. Só não é por causa da tradição histórica que ainda não foi completamente revogada. Um aspecto importante da igualdade entre os gêneros é que todo direito do homem tem que ser também da mulher, todo direito da mulher tem que ser também do homem, todo dever do homem tem que ser também da mulher e todo dever da mulher tem que ser também do homem. Sem exceção. Assim os homens têm que ter direito à licença paternidade igual à das mulheres, as mulheres têm que ter a obrigação de prover o lar igual à dos homens, os homens têm que ter a obrigação de fazer os serviços domésticos igual às mulheres. O serviço militar (enquanto não for extinto) tem que ser igualmente exercido por homens e mulheres. O papa (enquanto ainda exista) tem que poder ser homem ou mulher e tudo o mais. Sou, portanto, um feminista radical. Se alguma atividade não puder ser exercida por homens ou por mulheres, que seja extinta. Em todos os lugares e ocupações devem ser encontrados trabalhadores masculinos e femininos em igual número, na média. Para que se possa, com isso, atender aos cuidados com a criação dos filhos há duas soluções: que todo trabalho seja de meio expediente e que, em cada família, um dos pais trabalhe num turno e o outro em outro, ficando sempre um em casa cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos, igualmente distribuídos. O melhor seria a abolição da família mononuclear e a instituição da família coletiva, em que vários casais morem em uma mesma macro-residência e todos cuidam dos filhos de todos, sendo os afazeres domésticos executados por rodízio. Tal arranjo poderia, inclusive, contemplar a possibilidade da poligamia, masculina, feminina ou mista. Isto não é nada imoral nem indecente, desde que consentido por todos os envolvidos.
Tal situação precisa ser alcançada logo, a despeito do entrave das tradições e da religião. O ideal é que essas tradições e esses preceitos religiosos sejam abolidos. O islã é um grande obstáculo. No mundo cristão isso é mais fácil. A disseminação do ateísmo e do anarquismo facilitaria esse processo. A solução está na educação. As escolas precisam incutir esses valores na infância e na juventude para que eles contrariem os dos seus pais e comecem a mudar o mundo. Também é preciso que leis sejam promulgadas no sentido de impedir qualquer tipo de discriminação por gênero (como aliás, qualquer outro tipo de discriminação e preconceito). Vale portanto se candidatar a cargos políticos com essa plataforma e, sendo eleito, propor esse tipo de lei, insistindo sem esmorecimento até que se consiga, Dar o exemplo e fazer muita propaganda, admoestando quem assim não proceda, até mesmo por meio de irreverência (chacota). Ridicularizar o machismo é um bom caminho também.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails