segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Qual a sua opinião em relação à ala progressista da igreja, como a ordem dos dominicanos? Mudei minha visão antiga, na qual não admitia qualquer forma de teísmo, passando a simpatizar com ordens do tipo, embora ateu. E qual sua opinião sobre o PSOL?

Ainda em relação à ala progressista da igreja, o padre da paróquia de fátima, pe Wander, apresenta ideias muito interessantes sobre filosofia e política, você devia conversar com ele.


O problema da área progressista da igreja é que, em minha opinião, eles estão em contradição. Para mim não há conciliação entre uma visão social completamente igualitária e libertária com as noções monárquicas da divindade. Jesus Cristo é o "Rei dos Reis", não um "Presidente da República". Em religião não existe democracia, não se pode contestar os dogmas, não se pode discordar de Jesus Cristo (aliás, alguns marxistas também não admitem que se discorde de Marx). O livre pensamento e o ceticismo salutar não têm guarida nem na ala progressista. A igreja é hierárquica, o padre não é eleito. Ateísmo nem se discute. Há muitos princípios rígidos do cristianismo que dos quais a ala progressista não abre mão, como a pluralidade amorosa, a ausência de propriedade. Acho que o anarquismo, na versão comunitarista (anarco-socialismo) não tem como ser dissociado do ateísmo. As religiões, para mim, são um grande estorvo numa sociedade. Admito até que uma pessoa acredite em Deus. Mas religiões, como instituições, não são boas.

Quanto ao PSOL, tenho grandes simpatias, como também pelo PV. Mas não me filio a partido político nenhum. Sou a favor de candidatos sem partido. É que eu sou um livre-pensador muito radical nesse aspecto. Não sigo orientação de ninguém. Se a cúpula do meu partido quiser algo de que eu discorde eu, como parlamentar, por exemplo, voto contra. Sigo sempre apenas a minha consciência. Se meu adversário propuser algo bom, voto a favor. Além de não concordar com coligações nenhuma e nem barganha de cargos em pagamento a apoios políticos. Isso tudo, para mim, é vergonhoso, mas os partidos de esquerda também fazem uso. Voto não se paga com retribuição direta nenhuma. Apenas com o exercício esclarecido do mandato. Às vezes tive vontade de entrar para a política. Mas os partidos e os políticos não me tragariam. Nem os eleitores. Muitos votam em troca de retribuições. Se, como vereador, eu vir que um reduto que não votou em mim está mais necessitado eu o atendo e deixo de atender meus eleitores, se estiverem menos necessitados. Esse é o meu jeito de ser e não mudo para agradar a ninguém.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

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