segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sabe, talvez a geração de 80 e 90 tenha sido pior do que a minha está sendo. O implante de filosofia e sociologia está mexendo com a cabeça de muitos jovens, digo por experiência no Coluni. Embora a maioria dos alunos ainda despreze tais matérias +

(continuação da pergunta)
+ por não renderem carros esporte nem cerveja, há sinais de melhora sim. É verdade que a política está "fora de moda", mas o estudo desta em filosofia tem contribuído para os alunos desconstruírem aquela imagem satânica da política passada a nós pela midia.

Resposta:

Concordo com você de que a introdução de Filosofia e Sociologia veio para quebrar o pragmatismo da juventude em só pensar no que é preciso para conseguir um diploma de uma profissão que dê um bom dinheiro. Mas o efeito disso ainda demora um pouco. Acho que só no fim desta década é que teremos uma juventude que se disponha a ganhar menos dinheiro para dedicar-se a consertar o mundo. Aquela opressão dos anos 60 e 70 está hoje substituída pela corrupção de políticos, empresários, policiais e juízes e pela criminalidade dos cartéis de drogas, do tráfico de armas, de gente e outras barbaridades. Talvez lutar contra isso seja mais duro do que enfrentar o DOI-CODI, porque a conivência da imprensa e até da população faz a vida dos mocinhos muito mais arriscada do que a dos bandidos. É preciso que surjam novos "Abraham Lincolns" que voltem a glorificar a política como uma das mais dignas e importantes atividades humanas. Que surjam partidos comprometidos, antes de tudo com a ética e deixem de lado essa questão ultrapassada de direita e esquerda, e se lancem para frente, para cima e para fora, deixando os lados esquerdo, direito, para trás, para baixo e para dentro cairem de podres e se proponham a lançar projetos relevantes para a solução dos problemas da humanidade e do planeta (note que não estou falando do Brasil) de forma corajosa, eficiente e eficaz, não importa a quem vá prejudicar, desses que há muito tempo estão vivendo às custas do suor e do sangue do povo. Não quero saber de revoluções cruentas. Quero saber de trabalho cotidiano, insistente, persistente, paciente, perseverante, não por um mandato, mas por dezenas de dezenas da mandatos até que os mandatos também se extingam por absoluta falta de necessidade, como acontecerá com o dinheiro e a propriedade, espero eu, dentro de não muitos séculos.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

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