terça-feira, 15 de novembro de 2011

Hora de gerar conflitos entre os sexos:levando em conta sua rotina, suas experiências e pensamentos,qual a pior/melhor coisa de ser homem (no caso dos homens)ou mulher(no caso das mulheres)?Se quiser,fale também sobre o que acha em relação ao sexo oposto.

No meu entendimento, grande parte dos conflitos entre os gêneros (que é como se considera o sexo do ponto de vista social, deixando a palavra sexo para o aspecto biológico), advém de que muitas pessoas ainda não assimilaram o fato de que, fora o aspecto estritamente ginecológico (os homens não conseguem gerar, parir e aleitar), os dois sexos são capazes de realizar exatamente as mesmas tarefas, ficando, pois, os gêneros em exata igualdade de condições sociais. Assim, não há papéis masculinos nem femininos na sociedade nem na vida privada. Acontece que há pessoas que não aceitam isso e querem que homens e mulheres tenham atribuições distintas. Porque uns ou outros não acatam essa concepção arcaica, conflitos surgem por não atendimento de expectativas. Todo homem e toda mulher tem que entender e aceitar que a vida pessoal e social é inteiramente simétrica para os gêneros, isto é, todo dever considerado feminino, também é masculino e vice versa, assim como todo direito, sem a mínima exceção. Isso é o que se chama de androginia, isto é, não há papéis masculinos nem femininos. O que há são características comportamentais que diferem, mas nem tanto quanto se pensa. Grande parte do que se diz ser próprio de homens ou de mulheres é meramente um condicionamento cultural, sem base biológica nenhuma. Assim, o normal é que os homens aumentem sua feminilidade e as mulheres aumentem sua masculinidade, de modo a convergir para um ponto médio, com ligeira predominância da masculinidade nos homens e da feminilidade nas mulheres. Nessa situação os conflitos ficam extremamente minimizados.
Outra fonte de conflitos, não nos papéis sociais, mas nos relacionamentos, é a exigência de exclusividade. É preciso entender que o amor erótico-romântico que leva um par de seres humanos (do mesmo ou de sexos distintos) a buscar um relacionamento em que possam expressar mental e corporalmente essa atração, não é, na espécie humana, biologicamente exclusivo. Isto é, homens e mulheres podem sentir amor romântico e atração erótica por mais de uma outra pessoa, não só sequencialmente mas concomitantemente também. Sem que o amor por uma delas reduza o amor pela outra. A sociedade, contudo, não aceita a realização aberta da pluralidade amorosa, apesar de tolerar, em muitos casos, sua ocorrência velada. Isto é o cúmulo da hipocrisia. Para que não haja desonestidade nem sofrimento, urge que a sociedade admita de modo franco e aberto, relacionamentos amorosos plurais, de forma sincera, intensa, verdadeira e decente. Sem ciúmes e sem exigências de exclusividade, tanto para homens quanto para mulheres. Para tal é preciso, antes de tudo, que todo relacionamento amoroso seja completamente desvinculado de qualquer dependência econômica. Toda pessoa adulta tem que prover-se a si própria sem depender de outra. Cada um tem que ser, economicamente, uma pessoa completamente independente.
Finalmente, outro fator de desentendimento é a falsa noção de "juntidade". Considera-se que um casal precisa realizar tudo em conjunto. De forma nenhuma. É claro que tem que haver muita coisa que os dois vão curtir juntos, mas é preciso que cada um tenha a liberdade completa de fazer tudo o que quiser sozinho ou com o grupo de amigos que tiver no assunto, sem a companhia do outro. Isso não pode ser motivo de nenhum ciúme. Aliás, ciúme é algo que não pode existir em circunstância nenhuma. Todo relacionamento tem que ocorrer em clima de total liberdade e sem o menor controle de um pelo outro. Essa é a única forma de se ter uma relação respeitosa, profunda, rica e gratificante. Cada um é uma pessoa livre e independente que ama a outra e curte a sua companhia, frui o prazer do compartilhamento de suas mentes e corpos e se alegra por ter o outro, não necessariamente só ele, como seu amor.

Filosofia, Ciência, Arte, Cultura, Educação

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