Teoria e Lei pertencem a categorias diferentes de conceitos. Lei natural é um enunciado descritivo de algum comportamento particular de um aspecto da natureza. Teoria é um corpo sistematizado de leis, conceitos, definições e teoremas sobre um campo abrangente de fenômenos naturais. O estabelecimento de uma lei passa, primeiro, por uma fase exploratória do fenômeno que ela pretende descrever, de modo a identificar os fatores envolvidos e as relações qualitativas e quantitativas que se apresentam em relação a esses fatores, geralmente com o uso de recursos estatísticos e matemáticos, sempre que possível. A partir daí apresentam-se hipóteses explicadoras. A formulação de hipóteses é a parte mais criativa da ciência, que depende de uma grande intuição do cientista, haurida de sua familiaridade e experiência no estudo do assunto. Uma vez formuladas as hipóteses, passa-se à fase de testes, na qual é preciso se elaborar experimentos ou processos de observação do fenômeno de modo a que se possa modificar os fatores que interferem e checar se, em todos os casos, a hipótese prevê os resultados observados na experimentação. Isto é o que se chama de "falseamento", isto é, tentativas de provar que a hipótese é falsa. Normalmente isso é feito por vários grupos dispersos na comunidade científica. Uma vez que uma hipótese resista a todas as tentativas de mostrar que é falsa, passa a ser admitida como lei, até que algum fato novo venha a mostrar que possui incorreções. Então se reformula a hipótese e começa tudo de novo. O bonito da ciência é essa sua abertura a ser contestada e nunca ter resultados definitivos. Uma Teoria é aceita como verdadeira enquanto as leis que a suportam continuarem a ser consideradas válidas. Não há um nome especial para uma teoria em fase de proposta. A Teoria da Supercordas, por exemplo, por enquanto, é uma proposta, enquanto a Teoria da Grande Unificação já é uma teoria considerada confirmada (que a das supercordas pretende desbancar). Mas, muitas vezes, uma teoria não é desbancada por uma nova. A nova complementa ou suplementa a anterior, que continua válida em seu domínio de aplicabilidade.
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