domingo, 19 de maio de 2013

Por que o senhor não diz que chama ninguém de senhor? Como você trataria então o delegado, o médico e seu advogado de “doutor” (mesmo eles não tendo doutorado)?‎

Trato de você, normalmente. Chamo pelo nome. Nunca chamei ninguém de doutor e nem de senhor. Nem meus pais e avós. E eles é que me ensinaram a agir assim. Isso não é falta de respeito. É a máxima consideração que eu posso dar a uma pessoa, isto é, considerá-la igual a mim. Porque ninguém é superior nem inferior a ninguém. Também prefiro que todos me chamem de você e não de senhor. Mas se me chamarem de senhor, não crio caso. E se alguém criar caso porque eu o chamo de você, eu explico minhas razões, mas não cedo. Minha irmã recebeu um esculacho da professora primária porque a chamou de você e ela não entendeu o que estava fazendo de errado. Minha mãe teve que ir à escola explicar que em nossa família era assim que as pessoas se chamavam. Para mim um lixeiro é tão importante quanto o papa. Isso é uma convicção profunda minha. Sou radicalmente igualitário. E tenho o máximo respeito por todos. Até por crianças. Tem mais: nunca mandei e nunca obedeci. Meu pai não me mandava e eu nunca mandei meus filhos fazerem nada. Mas eles sempre me atendiam e eu atendia a meu pai e minha mãe, porque eles sempre foram razoáveis em seus pedidos, como eu para meus filhos. Meu conceito é que toda relação humana tem que se basear em liberdade responsável. Não se pode exigir nada de ninguém. Cada um sempre só faz o que quer e assume as consequências, que podem ser, até, a prisão ou a morte.

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