Não existe "borda do Universo", quer ele seja finito ou infinito. Se ele for finito ele é fechado sobre si mesmo, como uma superfície esférica o é em suas duas dimensões. Considere uma esfera em si mesma, sem que existisse nem o lado de fora nem o lado de dentro. Só ela. Os seres seriam bidimensionais e não teriam a percepção de uma dimensão perpendicular à superfície. Só se moveriam sobre ela. Como nós na Terra, exceto os astronautas. Se você for andando sempre para frente na Terra, não achará nenhuma borda dela, mas voltará ao ponto de partida vindo por trás. Agora imagine uma hiperesfera tridimensional imersa em um hiperespaço quadridimensional (a quarta dimensão seria espacial e não o tempo). Isso é o Universo finito. Indo-se para frente não se acha a sua borda, mas volta-se ao ponto de partida vindo por trás. Não exatamente, pois, enquanto isso o Universo "inchou". Como se a esfera bidimensional fosse uma bola inflável que estivesse inflando. Se você marcasse pontos em sua superfície, veria que, com o tempo, eles iriam se afastando, sem se mover. No Universo esses pontos são as galáxias. Elas estão se afastando sem sair do lugar. Porque o espaço entre elas está inchando. Esse universo é tudo o que existe. Não existe essa quarta dimensão espacial. Não existe "lado de fora" do Universo. Não existe "fronteira do Universo". Não existe um espaço vazio para o qual ele se expande. O próprio espaço é que se expande, internamente.
Se o Universo for infinito, ele sempre o foi, desde que surgiu. Então sua expansão não significa aumento de tamanho, pois infinito continua sendo sempre infinito. O que acontece é que os pontos vão ficando mais separados, sem se mover. O espaço incha entre eles. Entre tudo, inclusive entre os elétrons e os núcleos dos átomos. A diferença só é perceptível porque a luz tem uma velocidade finita e o que você vê muito longe, está vendo como era muito tempo atrás. Então se percebe a variação da separação, indicada pelo "desvio espectral" das raias características de emissão dos elementos químicos. Enquanto a luz veio de onde veio, o universo foi inchando e o comprimento de onda aumentou. Mas se sabe quanto ele era quando saiu por causa das posições relativas das raias espectrais. Quando se encontra um mesmo desenho de espectro fora do lugar, sabe-se que ele foi deslocado pela expansão do Universo. Há outros mecanismos que causam isso, como o Efeito Doppler, devido ao movimento, e o campo gravitacional. Mas os valores observados são muito maiores do que esses fenômenos poderiam explicar.
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