Desde que me entendo por gente, ainda no curso primário, sempre fui uma pessoa extremamente curiosa e ávida de conhecimento. Mas não só do que era dado na escola. Nisso fui muito incentivado por meus pais, que também eram assim e me municiavam de livros, enciclopédias. Meu pai na área de humanas (ele era professor de geografia e história) e minha mãe em matemática e ciências. Gostavam de estudar comigo no tempo em que não havia documentários na televisão, ainda nos anos 50 do século passado. Com uns 12 anos eu já havia estuda um manual de filosofia completo do antigo Curso Clássico. Meu pai me comprava livros de relatividade, física atômica, física nuclear, astronomia, cosmologia, biologia, evolução. Meus presentes de natal eram laboratórios de química, brinquedos de montar dispositivos mecânicos, enciclopédias. Sempre fui o primeiro aluno da turma em desempenho acadêmico e ganhava prêmios nas formaturas. Isso não me impedia de gostar de brincar. Só não gostava de esportes. Nunca gostei. E, especialmente, sempre desenhei muito. Meus cadernos eram rodeados de histórias em quadrinhos que eu desenhava nas aulas, pois ficava entediado por já ter entendido tudo que o professor estava ensinando só de ler o livro. Se ele via que eu estava desenhando e me perguntava o que ele estava ensinando eu sempre respondia certo, de modo que ele não me podia exigir atenção. Como eu ficava quieto e não atrapalhava os outros...
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