sexta-feira, 11 de julho de 2014

É impossível conciliar a objetividade dos valores morais com o ateísmo

Claro que é possível. Mas, para começar, os valores morais não são objetivos. São um consenso social de subjetividades, muitas vezes impostos pelos dominadores à revelia do consenso popular. O que pretende ser objetivo são os valores éticos, aos quais a moral deveria se pautar, mas nem sempre o faz. E esses valores éticos são puramente humanistas. Advém da empatia, isto é, da capacidade de se colocar no lugar do outro e sentir como ele. Isso faz com que se rejeite ações que provoquem a outrem o que não se desejaria para si. Além do mais, por coerência, é preciso que todo critério validativo de qualquer ação seja de modo a poder ser erigido como norma universal. E, mais ainda, no interesse de todos e, portanto, de cada um, as ações precisam ser de modo a promover a maximização da felicidade para o maior número de seres. Com esses três princípios, a ética norteia a moral para prescrever, permitir ou proibir qualquer tipo de comportamento humano. Isso, absolutamente, não tem nada a ver com a existência de nenhuma divindade. Portanto são considerações inteiramente ateístas. A ética é ateísta em seus fundamentos porque ela não faz o mínimo apelo a divindade nenhuma. É totalmente humana. As religiões é que se arvoraram em promulgadoras da moral, nem sempre com base na ética, para se justificarem perante o povo como guardiãs do bem. Por exemplo, o quinto mandamento judaico dizia "não matarás o justo e o inocente". Mas não diz que não se pode matar o injusto e o que não seja inocente. Isso é a moral, mas não é ético.

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