Qual é a sua posição sobre o pragmatismo político e a sua funcionalidade? Por quê?‎

Não aprecio o pragmatismo, nem filosófico nem político. Considero que há valores mais elevados do que a utilidade e os resultados práticos. Nunca pautei minha vida pelas vantagens, pela comodidade ou pela eficiência. Considero que existem ideais a serem buscados que devem merecer sacrifícios das vantagens e dos resultados imediatos. Por exemplo, me dediquei a estudar cosmologia, que, absolutamente, não tem a menor utilidade. Do mesmo modo que a música, a ciência pura é uma espécie de arte que se cultiva para deleite espiritual. Assim a política, como atividade social dedicada à gestão das coletividades humanas, precisa se nortear por um ideal a ser perseguido a longo prazo que, muitas vezes, não redunda em resultados imediatos. Mesmo assim é preciso trabalhar para alcançar esse mundo ideal no futuro, mesmo que se façam sacrifícios no presente. E esse futuro pode ser da ordem de centenas ou milhares de anos.