quarta-feira, 29 de abril de 2015

Professor, você, de alguma forma, fica preocupado com o avanço do Estado Islâmico no Oriente Médio? Há alguma possibilidade desse fundamentalismo vir para o lado de cá?‎

Sim, porque acho que é uma barbaridade de uma estupidez sem fim. Fundamentalismo, seja de que facção for, é abominável. Tenho medo de que eles consigam algum poder lá pelo oriente médio. Mas acho difícil que tenham alguma ingerência no mundo ocidental. O que pode haver é esse fundamentalismo fomentar o surgimento de algum fundamentalismo cristão, tão abominável quanto o islâmico. Mesmo que isso não apareça por aqui, tem que acabar por lá, para aliviar o sofrimento do povo de lá. Seria preciso haver um trabalho missionário ateísta, livre pensador, humanista secular e esse tipo todo de coisa, para converter o mundo em um mundo sem religião, como o John Lennon faz a apologia em sua canção "Imagine". Já pensou que beleza um mundo sem religião? Um mudo justo, harmônico, fraterno, tolerante, solidário, pacífico, generoso, desprendido, despreconceituoso, diligente, próspero. Isso tudo as religiões atrapalham. Porque, quando elas pensam num mundo assim, pensam num mundo em que todos sejam da sua religião. Não pensam que isso possa acontecer com uma pluralidade de concepções. E isso é que tem que acontecer. Temos que começar com a revisão de nossas concepções, de nossos preconceitos. Acabar com o preconceito contra homossexuais, contra polígamos, contra comunistas, contra capitalistas, contra adeptos de outras religiões que não a nossa, contra torcedores de outros times que não o nosso, contra o sexo oposto, contra idosos, contra crianças, contra membros de outras raças que não a nossa, contra quem não pertença ao nosso próprio nível social, contra estrangeiros, contra quem não tenha o nosso nível cultural (para menos ou para mais), contra provenientes de outras regiões do país, contra que fale outras línguas ou a nossa com outros sotaques. Enfim, temos que aceitar as diferenças, desde que elas não sejam nocivas ao bem comum. O estado islâmico é a quintessência desse comportamento mesquinho, antolhado, preconceituoso e completamente burro. E isso vem da aceitação integral de uma religião. Por isso é que religiões são nefastas. Mesmo que alguém tenha alguma crença religiosa, é bom que não professe a religião correspondente. Que mantenha a crença apenas em foro íntimo, sem a adesão religiosa formal. E que tenha a mente sempre aberta a mudar suas concepções a respeito.

Nenhum comentário:

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails