Em relação a qualquer reflexão que se faça a respeito. Reflita: o que seria uma "imagem da eternidade". Uma imagem é uma representação espacial da realidade (ou parte dela), captada em um momento. Imagem em movimento seria uma sucessão de imagens em sucessivos momentos, como num filme. Ora, o que seria a eternidade? Seria o conjunto de todos os momentos, supostamente estendida indefinidamente. Mas os próprios momentos não possuem uma imagem, pois não são ocorrências espaciais. Portanto não se pode ter uma "imagem" da eternidade. Mesmo que isso fosse possível, porque o tempo corresponderia a tal imagem? O tempo é, justamente, a entidade que se constitui da sucessão dos momentos. E os momentos são, cada um, uma etiqueta do estado do Universo. Se o estado do Universo não se alterar, não há mudança de momentos e portanto, o tempo deixa de existir. Ele só existe porque o estado do Universo se modifica. Essas alterações não se dão no tempo, entendido como algo apriorístico: o tempo é que advém dessas alterações.
Um comentário adicional: Não se deve filosofar em termos de concepções antigas ou modernas, ou de tal ou qual escola. A Filosofia, em si mesma, não possui adjetivação. Ela consiste em uma reflexão sobre a realidade, tal como se consegue apreendê-la. E isso é para ser feito com o concurso de todos os recursos e conhecimentos disponíveis em cada ocasião. É bom estudar a contribuição que a História da Filosofia deu à Filosofia, mas é preciso entender que Filosofia não é a História da Filosofia. Portanto todos os conceitos e todas as interpretações já formuladas por filósofos ao longo da história precisam ser colocados sob o crivo de uma crítica para serem aceitos ou não, em termos do que uma análise imparcial possa propiciar.
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