Certamente que sim, sem a menor dúvida. É bom que as pessoas a quem se ama saibam que são amadas, mesmo que não amem em reciprocidade. Quanto mais amor houver no mundo, melhor. E é preciso que todo o amor existente seja conhecido e declarado ao mundo. Mesmo que não seja recíproco. Mesmo que se ame a mais de uma pessoa. Que todas saibam do fato. A grande lição de Cristo, para mim que não sou cristão, foi exatamente esta: amai-vos uns aos outros. E ele não disse nenhum "exceto". Não disse: "exceto se o outro for do mesmo sexo que o seu", "exceto se o outro já ama alguém", "exceto se você já ama alguém". É para se amar, qualquer que seja a forma de amor, a quantos o amor aparecer. Amizade, amor, filial, paternal, maternal, fraternal, romântico, erótico, seja como for. Mas não se pode amar por imposição nem por decisão. Ama-se porque o amor surgiu e ele surge sem explicação. Não se é obrigado a amar ninguém e nem se é obrigado a deixar de amar ninguém. Uma vez tendo surgido, isso é ótimo. Não se pode negá-lo e nem reprimi-lo. Tem que deixar ele fluir. O que se pode é não estabelecer um relacionamento amoroso e ficar amando apenas. Mas deve-se dizer que se ama. No caso do amor romântico-erótico, ele pode ser unilateral envolvendo ou não o desejo erótico. Pode ser bilateral com ou sem desejo erótico e, mesmo tendo o desejo erótico, com ou sem a consumação desse desejo. E pode ser dirigido a pessoas do mesmo ou do sexo oposto, bem como a só uma ou a mais de uma outra pessoa. Qualquer caso é válido e bom.
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