sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Por onde ando vejo que a maioria esmagadora das pessoas querem ter mais dinheiro para possuir mais, e ter mais recursos para fugir das limitações e dificuldades. Querem ser ricos. Para se estabelecer o anarquismo, o que fazer com estes capitalistas? Reformar o capitalismo não seria uma boa solução?

O que acontece é que se vive em um sistema capitalista em que a posse do dinheiro representa grande vantagem em termos do que se pode obter e, com isso, levar uma vida satisfatória e feliz. Em geral as pessoas não concebem que o mundo possa ser radicalmente diferente e nem têm disposição para lutar por uma situação que só se concretizará dentre de vários séculos. Uma reforma que poderia ser feita e que é um passo formidável para o comunismo não monetário é o comunismo monetário, em que o capital, ao invés de se concentrar na mão de poucos, como acontece no capitalismo, se distribui por todos, que, então, não são mais empregados assalariados, mas sócios dos empreendimentos, auferindo rendimentos dos lucros. Isso é muito bom, mas não é capitalismo, mesmo que contemple a existência do capital. Porque o capitalismo não é o sistema em que há capital e sim em que ele pertence a poucos que alugam o trabalho de outros que não o possuem por meio do pagamento de salários. O que tem que acabar não é o capital e sim o salário. Não são os burgueses e sim os proletários, que se tornariam, todos, burgueses. Numa sociedade sem proletários e sem salários, se pode caminhar para uma sociedade sem propriedade e sem dinheiro. Assim é que tem que acontecer. Primeiro todos se tornam ricos monetariamente até que o dinheiro deixe de existir por falta de necessidade. Como a propriedade, num mundo em que tudo seja compartilhado. Inclusive mulheres e maridos, pela abolição do atual conceito de família.

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