De certa forma sim, isto é, considero que existe um imperativo moral que tem que ser seguido pelo valor intrínseco do bem, que não se reporta ao desejo de nenhuma divindade nem ao resultado pragmático de cunho pessoal. Isto é, o que é certo tem que ser feito, mesmo que redunde em prejuízo pessoal. Mas o critério para se saber o que é certo ou errado, para mim, tem algo a ver com o utilitarismo de Mill. Ou seja, o valor ético de uma ação se define pela maximização da felicidade para o maior número de seres, ou pelo minimização do sofrimento, prejuízo, dor, tristeza e tudo de mal. Sem dúvida aí também entra o critério kantiano de que a ação possa ser erigida como norma universal a ser prescrita para as mesmas condições. Não se pode aceitar o roubo como ético porque é impossível haver uma sociedade em que todos sejam ladrões. Quem iria produzir algo para ser roubado? Outra coisa é que eu não devo fazer nada a outrem o que não desejaria que a mim fosse feito. Todavia não se pode estabelecer padrões rígidos de conduta. Em cada caso há que se verificar os fatos que da ação decorrem e ver se eles provocam maior sofrimento ou maior satisfação. Mesmo que, de fato, não se dêem prejuízos, se uma ação puder causar prejuízo maior do que benefício, não pode ser feita. Mas moral é complicada e há casos a se pensar, como aquele dilema do pai que, para impedir a morte do filho por um trem, aciona um desvio que o descarrilhará e poderá matar muitas pessoas. O que fazer? A morte do filho é certa, mas as outras é provável, mas não garantida.
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