segunda-feira, 4 de julho de 2011

Grande mestre, Estava vendo em um documentário que não existe o vácuo absoluto, sem absolutamente nada, e sim um local onde flutuações quânticas ocorrem a todo instante. Poderia explicar melhor isso? Obrigado.

Esse vácuo absoluto é o que chamo de vazio, isto é, um espaço sem conteúdo. Isto, realmente, não existe no Universo. Todo o espaço existente é preenchido, pelo menos por campo e radiação. Quando não é preenchido por matéria chama-se vácuo. O campo existente no vácuo não é só gravitacional, mas também campo de todas as interações e partículas passíveis de existir, que se encontra em um estado virtual. Flutuações aleatórias ocorrem a todo momento, provocando o surgimento de pares de partícula e antipartícula que logo se aniquilam. Nos primórdios do Universo, quando a expansão era muito acelerada, esses pares poderiam se afastar antes de se aniquilarem e, então, o Universo ficou lotado de matéria e antimatéria, além dos fótons que eram produzidos pelas aniquilações que haviam. Mas esses fótons quase não podiam caminhar, de modo que todo o Universo era opaco, como o interior de uma estrela. Só quando a expansão atingiu um valor que possibilitou uma temperatura suficientemente baixa (uns três mil kelvins) é que essa troca cessou e os fótons se libertaram, tornando o Universo transparente (uns 380 mil anos após o Big Bang). Então cessaram as aniquilações de matéria e antimatéria, mas houve uma sobra de matéria, devido a uma assimetria na meia vida delas. Como cada par de partícula e antipartícula ao se aniquilar produz dois fótons e o número de fótons existente é um bilhão de vezes maior do que o de partículas materiais, isto significa que essa sobra é de apenas um bilionésimo do total de partículas e antipartículas antes existente. Mas é toda a matéria ordinária que existe hoje.

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