segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O mundo é exatamente como o vemos?‎

Nada é exatamente como é percebido, não só pela visão, como pelos demais sentidos (que não são só cinco). A realidade em si mesma é incognoscível. Aliás, existem vários estratos de realidade. Quando observo a tela do meu computador, vejo um objeto macroscópico, mas posso entendê-lo como um sistema de átomos ou, mais profundamente, como um sistema de quarks e léptons. Mais profundamente ainda, como supercordas (se é que isso existe), ou ainda, campos quantizados ou em partículas ou em anéis tubulares de cordas. E não se pode saber qual seja o mais profundo estrato. Até o momento, os campos, o espaço e o tempo são as entidades mais primitivas da realidade, isto é, não são feitos de nada mais primitivo de que eles. Matéria e radiação, que são os outros constituintes substanciais do Universo, são quantizações fermiônicas e bosônicas de campos, respectivamente. Mas esses estratos profundos da realidade não são perceptíveis. O que percebemos é o que os sistemas enviam para nós: luz para vermos, moléculas para cheirarmos e provarmos o gosto, som para ouvirmos, pressão para sentirmos tato, calor para sentirmos temperatura e assim por diante com os outros sentidos. A partir da sensação desses mensageiros em nossos órgãos sensoriais, o cérebro constrói uma percepção, levando em conta todas as nossas vivências e nos apresenta um modelo do que percebemos como os sistemas do mundo exterior. Mas o que ele é, em si mesmo, não percebemos.

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