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segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
A onisciência e a onipotência de Deus, como suposto, se contradizem? Como Richard Dawkins aborda no livro "Deus um delírio"?
Realmente. O que significa onipotência? Significa que se pode tudo, ao bel prazer. Ou seja, o que se quer que se queira, consegue-se realizar, à revelia de qualquer lei. E o que significa onisciência? Significa que se sabe tudo, inclusive o que se vai fazer no futuro. Então não se tem a liberdade de fazer o que se quiser, pois tudo que se vai fazer já é conhecido. Não há como resolver esse impasse. Se se sabe tudo o que vai ocorrer no futuro, não se pode fazer o que se quiser, mas só o que está previsto. Ou seja, a onisciência abole o livre arbítrio, inclusive para o próprio Deus. Sem o livre arbítrio, pelo menos para ele mesmo, Deus não seria Deus, pois estaria limitado. Há muitas outras inconsistências no conceito de Deus. Como, por exemplo, se ele é extrínseco ao Universo, então está fora do espaço e do tempo, já que estes são constituintes do Universo. Não havendo tempo, tudo é presente, isto é, Deus não evolve. Se não evolve, como poderia ter feito a criação, que se constitui em uma transformação de nada em tudo em dado momento, que seria o inicial? Outro problema: Deus seria simples, isto é, não teria partes. Como então ele poderia fazer algo? Ou pensar? Ou possuir inteligência e vontade? Tudo isso requer um sistema possuidor de complexidade e não de simplicidade. Fora outros, como o de considerar que Deus seja bom e poderoso, mas permite que o mal exista. Tal conceito é, realmente, de extrema dificuldade para ser aceito.
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