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terça-feira, 2 de dezembro de 2014
Os religiosos dizem que ateus não possuem uma moralidade objetiva. É verdade?
Claro que não. A moral dos ateus é a mesma de todo mundo, pois nenhuma moral se fundamenta em prescrições de alguma divindade, já que isso não existe. A moral se baseia em um consenso social do que seja benéfico ou maléfico para a sociedade e para as pessoas em particular. A ética é a disciplina filosófica que cogita de validar a moral, isto é, de estabelecer critérios para que algo seja considerado moral, imoral ou amoral. A moral, pois, deve se basear na ética. Contudo, como uma construção humana não filosófica, a moral fica sujeita a circunstâncias locais, temporais, de estatuto social e, mesmo, da vontade dos detentores do poder em controlar o povo para o atendimento de seus desígnios. Por isso é que, quando alguma prescrição moral for divergente da ética, é preciso um movimento de desobediência para que ela seja mudada. A ética, por sua vez, não é (ou, pelo menos não pretende ser) circunstancial. Enquanto a moral se refere ao que seja proibido, permitido ou prescrito, a ética se refere ao que seja certo ou errado com relação às ações, desde que livres e conscientes. E o certo é a promoção do bem, enquanto o errado é a promoção do mal. Bem e mal são conceitos que não dependem da sanção de nenhuma divindade. São puramente humanos. Quem formulou as doutrinas das religiões é que atribuiu às divindades o estabelecimento do que fosse bom ou mau. Mas, de fato, tais atribuições são produtos das mentes humanas.
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