terça-feira, 10 de março de 2015

"Enquanto vivemos e somos, a morte não existe, e quando ela passa a existir, nós deixamos de ser" Esta é uma visão extremamente egoísta e que leva em conta a nossa percepção individual. Mas e pra quem fica? eles vão vivenciar sua morte, e você não vai estar lá. E isso é o que deixa com medo.‎

Isso é uma questão de cultura. As pessoas que ficam deploram a morte de alguém, em geral, por egoísmo também. Porque sentirão a falta do morto naquilo que ele lhes propiciava de algum bem. É preciso que se seja desprendido, não só de bens materiais, mas de afetos. Não que não se vá gostar de ninguém nem sentir-se bem por ser amado. Mas não depender do amor de ninguém para ser feliz, mesmo que goste de tê-lo. Esse desprendimento não é egoísmo. Então, se se educar as pessoas para assim se portarem, não se terá medo nenhum da morte, nem em relação a si mesmo, nem em relação aos que ficam. Pois que fiquem com as boas lembranças e as gratas recordações, bem como das lições, dos exemplos, dos conselhos que, durante a vida, se deu. Não se deplora a morte de uma pessoa sábia. Nesse sentido é interessante a concepção religiosa de que, quem morra em santidade, é acolhido na bemaventurança eterna. Desse modo, os que ficam, rejubilam-se, até, com a morte de quem morra, pois passaria a um estágio muito melhor de existência. Claro que isso é ilusório, mas se pode também considerar que, mesmo não havendo vida eterna e bemaventurança, a morte não é ruim, porque, simplesmente, não se existe mais.

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