domingo, 28 de junho de 2015

Ernesto, vc considera toda e qualquer atividade religiosa como nefasta? O que vc pensa sobre religiões de caráter iniciático ou sistemas de crença como a maçonaria ou ainda religiões minoritárias de caráter mais especializado quanto às questões metafísicas?‎

Não. Há atividades beneméritas nas religiões, como as caritativas. Também o fato delas promoverem a agregação dos fiéis em apoio mútuo. Mas isso não requer religiões para ser feito. Por outro lado, elas promovem a animosidade entre os fiéis de religiões diferentes. Além do mais, fazem o que fazem com base em pressupostos falsos, quais sejam, de que o bem deve ser feito para garantir a salvação da alma ou a interrupção do ciclo de sansaras. Não há alma nenhuma a ser salva de nada. O bem tem que ser feito por seu valor intrìnseco, independentemente de mais nada, mesmo que, com isso, se leve desvantagem. Outro aspecto que pode ser positivo nas religiões é sua ação de fomentar um comportamento moral. Aí também há problemas. Primeiro porque, nem sempre, a moral religiosa é ética e segundo, porque, novamente, a moralidade fica ligada a prêmios e castigos na vida eterna. Ora, nem essa existe e nem é por causa de prêmio ou castigo nenhum que se deva ter um comportamento ético. A prática das virtudes e a abstenção dos vícios têm que ser feito em razão do valor intrìnseco do bem e da abominação do mal, independentemente de recompensas e punições. Por outro lado as religiões promovem um grande mal ao prometerem uma compensação na vida eterna aos padecimentos desta, desestimulando as pessoas a lutarem pelo prevalecimento do bem na Terra e pela erradicação do mal. Isso permite aos detentores do poder explorar com menos resistência os mais fracos. Finalmente o grande mal das religiões é sua falsidade. O que elas pregam é mentira. Não existe Deus nenhum. Não existe alma imortal. Não existe vida eterna. Não existe céu. Não existe inferno. Então todo o tempo, esforço, dedicação e dinheiro dispendido com elas é inteiramente vão e poderia ser muito mais bem empregado no esforço de resolver os problemas terrenos das injustiças, da pobreza, das desigualdades, da ignorância, das doenças, da criminalidade, da corrupção, das disputas, das guerras, do desamor e tudo de ruim que campeia por aí.

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