domingo, 10 de janeiro de 2016

De acordo com Kant, a estrutura dos seus sentidos e da sua mente formam todas as informações que vêm dos sentidos, de modo que você nunca pode conhecer a coisa em si. Ele contradiz a sua própria premissa ao dizer que ninguém pode conhecer o mundo real, enquanto afirma conhecer alguma coisa?

É verdade que tudo o que nosso cérebro contém, entrou nele pelos sentidos ou foi produzido por ele mesmo através de raciocínios. E o que os nossos sentidos nos informam é o que o mundo exterior nos comunica, isto é, sons, luzes, pressões, temperaturas, odores, sabores, texturas, acelerações. Disso tudo somos capazes de deduzir, com boa propriedade, o que existe fora da mente que seja capaz de provocar essas sensações e, delas, as percepções. Esse conhecimento está longe de corresponder ao que, em si mesmo, o mundo exterior seja. Todavia, pouco a pouco, vai se chegando a uma ideia melhor. Atualmente se conjectura que a realidade física, que preencha o mundo exterior, seja constituída de minúsculos laços de cordas vibrantes (suposição ainda não confirmada). Mas, até o que se sabe hoje, tudo é feito de partículas elementares: quarks, léptons, glúons, fótons outros bósons intermediários. Conforme eles se estruturam e interagem, produzem a totalidade do que existe e do que acontece. Até mesmo o amor, a política e a economia. O nosso próprio "eu" é o resultado da organização e do funcionamento super complexo dessas entidades. O conhecimento, então, é alguma forma de disposição de polarização das membranas dos neurônios. Em verdade não é que não se pode, a priori, conhecer o que seja a "coisa em si", mas que ainda não se tem um cabedal de informações científicas capaz de revelá-la. Pode ser que, um dia, isso seja atingido.

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