quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A consciência possui alguma natureza? Digo, se a mesma for inerente a causalidade (seja por parte da interação com o meio ou da própria nutrição), então como se dá a capacidade do ser humano fazer escolhas? Somos escravos dos impulsos (/conexões) nervosos e da causalidade? 28/11/2015

A consciência é uma função da mente, que é uma ocorrência, isto é, o resultado de uma estrutura extremamente complexa de células neurais, EM FUNCIONAMENTO. Como um fenômeno anatômico-fisiológico do organismo, ela se reduz (mas não de forma simplesmente linear) a fenômenos bioquímicos, que, por sua vez, se reduzem a fenômenos físicos. E os fenômenos físicos ocorrem, em grande parte, de modo indeterminístico e, mesmo, incausal. Esse indeterminismo e essa fortuidade essenciais do comportamento inerente da realidade física em seu âmago mais profundo se estendem, de forma probabilística e estatística, num raciocínio reducionista invertido, aos eventos de ordem superior na estratificação da realidade. Assim, de modo diverso do que muitos consideram, a liberdade de escolha (dito livre-arbítrio) se apresenta aos seres vivos dotados de mente (mesmo uma formiga). Em última análise, o livre arbítrio é uma decorrência do indeterminismo quântico que se dá nos fenômenos no nível das partículas elementares. A concepção determinista newtoniana e laplaceana, não prevalecem, não sendo válida a famosa declaração de Laplace:
« Une intelligence qui, à un instant donné, connaîtrait toutes les forces dont la nature est animée, la position respective des êtres qui la composent, si d’ailleurs elle était assez vaste pour soumettre ces données à l’analyse, embrasserait dans la même formule les mouvements des plus grands corps de l’univers, et ceux du plus léger atome. Rien ne serait incertain pour elle, et l’avenir comme le passé seraient présents à ses yeux. »

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