Não há razão para existir algo ao invés de nada. Não precisaria existir coisa alguma. Existe inteiramente por acaso. Surgiu sem razão nenhuma, sem propósito nenhum e sem ter de que provir. Também não existe "o nada". Nada não é algo. Não é uma entidade. Não é um substantivo. Nada é um pronome indefinido que se reporta à inexistência de coisa alguma, inclusive de espaço vazio. Não se pode dizer que "o nada" é instável. O que é instável é o vácuo. Mas vácuo é alguma coisa. Nem é vazio. É um espaço preenchido por campo e radiação, mas não por matéria. Entre o núcleo e os elétrons de um átomo existe vácuo, preenchido pelos campos elétrico, magnético e gravitacional do núcleo, além do próprio campo do vácuo. O conteúdo atual do Universo surgiu de quantizações do campo do vácuo, advindas de suas flutuações aleatórias de densidade. O surgimento do Universo foi, propriamente, o surgimento do vácuo, isto é, do seu campo e do espaço que o contém. Quando não havia Universo não havia sequer espaço sem nada. E nem momentos do tempo. Não existe espaço vazio no Universo (e nem fora dele, pois não existe "lado de fora" do Universo, mesmo que ele seja finito - expliquei isso há algumas respostas). O interessante é que esse vácuo já surgiu com seu espaço se expandindo, o que se configura em uma alteração no estado dele e, portanto, uma passagem de tempo.
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