terça-feira, 30 de agosto de 2016

https://ask.fm/wolfedler/answers/133580772893 Lembro de ter lido que na juventude você já foi apoiador da TFP e era conservador. Seu pai também o fora? Havia discordância? Supunho que tenha sido meio solitário ser anarquista e comunista num Brasil ainda extremamente reacionário. 31/12/2015

Meu pai e minha mãe sempre foram pessoas liberais e respeitavam minhas convicções mesmo não concordando. Eles não concordavam com a TFP, que era anti-socialista e anti-comunista. Mas eles também eram anti-socialistas. Eles gostavam é do anarco-comunismo, que é muito diferente do socialismo estatizante e ditatorial. Mas eu estava numa época (entre 15 e 19 anos) de busca do significado da vida, inclusive político, ideológico, religioso. Então fiquei cativado pelo caráter hierático da TFP, pois minhas concepções de estilo sempre foram muito formais e sacrais. Meu pai também era uma pessoa que só andava de terno e gravata, mesmo com suas ideias completamente libertárias. Aprendi com ele e com minha mãe um estilo de ser, de certo modo, aristocrático, encapsulando uma mentalidade libertária. Rompi com a TFP especialmente com relação à questão da fé, pois ela sempre foi fundamentada na fé católica e, como eu era um estudioso muito dedicado de religião, filosofia, história, cosmologia, neurociências e vários outros assuntos, concluí pela total improcedência da fé, qualquer que seja ela. Quanto ao anarco-comunismo, fui cada vez mais me convencendo que, para o bem do mundo, é a única alternativa aceitável. Mas nunca fui rejeitado por minhas convicções por dois motivos. Primeiro porque sempre soube defendê-las com muita propriedade e sempre de modo extremamente elegante e cortês. Segundo porque sempre fui uma pessoa extremamente prestativa, generosa e solidária para com todo mundo. Minha mãe e meu pai faziam muitas obras filantrópicas (ou de caridade, se quiserem, só que desvinculadas de qualquer aspecto religioso) e eu os ajudava em tudo. Isso fazia com que as pessoas me respeitassem, porque muitos que se diziam esquerdistas, em verdade eram uns aproveitadores, preguiçosos, que queriam pegar para si o que os outros obtiam com seu trabalho e não queriam nada com a dureza. Esse tipo de esquerdista eu abomino.

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