sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ernesto, falaste que o "bem" e o "mal" não são definições abstratas. Porem como saber se oq achamos "bom" hoje não ser considerado "mal" no futuro? Na história da humanidade sobre houve inversões no significado das atitudes, sendo catalogadas como "boas" ou "ruins". 18/01/2016

O que acontece é que, muitas vezes, a sociedade ou, geralmente, a classe ou o grupo dominante, geralmente em conluio com a classe sacerdotal, definem para o povo o que venha a ser "bom" ou "mau" em razão de seus interesses e não da ética. Por isso é que a moral é diferente da ética. A moral é o que fica estabelecido como permitido, proibido ou prescrito de se fazer para dado estrato social em dado local e dada época. E isso, muitas vezes, não tem a ver com a ética. Por exemplo, em muitos lugares, por muito tempo, não foi considerado errado pelas classes dominantes possuírem escravos (claro que os escravos não achavam que era certo). Já foi considerado errado, até pouco tempo, que mulheres perdessem a virgindade antes do casamento. Esses conceitos morais, mesmo não sendo subjetivos, são relativos. Mas o "bem" e o "mal", eticamente falando, não são relativos. Escravidão é um mal, seja considerada como boa ou má. Fazer sexo sem ser casada não fere a ética, mesmo que fira alguma moral, porque, sendo do consentimento dos envolvidos, não é maléfico para eles, a não ser em relação à rejeição social que pode advir, mas sexo, consentido, jamais é uma "maldade". A definição de bem e mal e do que seja bom ou mau são abstrações sim, como toda definição e todo conceito. A ética é uma noção abstrata. O que ela não é é relativa ao contexto histórico, geográfico ou social. Mas a moral é. Todavia tanto a moral quanto a ética não são subjetivas, isto é, não há uma "moral pessoal". A moral é social, mesmo não sendo da sociedade toda, em dado lugar e momento, mas é do grupo social em que a pessoa se insere. O sexo extra-conjugal é imoral, atualmente, em nosso contexto, mas só será anti-ético se envolver a quebra de um compromisso de exclusividade relacional sexual, de modo oculto da outra pessoa com quem esse compromisso foi estabelecido. Se o relacionamento conjugal não envolver o compromisso de exclusividade sexual, a ocorrência de sexo extra-conjugal é perfeitamente ética.

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