A lógica é uma técnica de raciocínio. É uma disciplina do pensamento. É uma ferramenta para se obter conclusões. Certamente que ela se fundamenta em suposições metafísicas, como, por exemplo, a do terceiro excluído, ou seja, uma assertiva ou é verdadeira ou é falsa. Mas isso é uma concepção não epistemológica, ou seja, é uma crença e não um conhecimento. A realidade já mostrou que tal concepção não é sempre verdadeira. Então a lógica que nela se baseia (muito usada em computação) se presta para alguns tipos de raciocínios mas não para todos. Do mesmo modo que a dialética hegeliana. Daí terem surgidos várias versões de lógica, como a difusa, a policotômica, a multidimensional e outras. Há que se examinar, com respeito ao fenômeno que se investiga, qual lógica se adéqua ao tipo de raciocínio que se vá construir sobre suas assertivas. O importante é que a validade lógica de um raciocínio não garante a veracidade da conclusão. Isto também depende da veracidade das premissas sobre as quais o raciocínio, mesmo válido, tenha se assentado. Então a epistemologia, que cuida da validade do conhecimento e não do raciocínio, não pode se basear apenas na lógica. Ela tem que conferir a veracidade fática das assertivas em que o raciocínio se baseia. E isso tem que ser feito empiricamente, em última análise, porque, mesmo que um raciocínio se fundamente na conclusão de outro raciocínio (e isso é legítimo), no princípio sempre haverá afirmações fundamentais que não são deduzidas de nada mais primitivo, mas têm que ser verificadas diretamente na realidade dos fatos. Todos os sistemas lógicos podem ser válidos. A confiança que se pode depositar neles advém dos testes empíricos que se façam para verificar a veracidade de suas conclusões, quando baseadas em premissas confirmadas como verdadeiras. Em ciência se usa muito o jogo de ping pong entre o raciocínio lógico e a verificação empírica. O raciocínio lógico (especialmente usando a matemática), permite que se tirem conclusões que, por sua vez, precisam ser testadas experimentalmente (ou observacionalmente) para poderem ser aceitas como verdadeiras, mesmo que a matemática garanta. E a lógica matemática tanto pode ser a lógica dedutiva cartesiana quanto pode ser a lógica estocástica da estatística e das probabilidades, muito usada em ciências biológicas e sociais.
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quinta-feira, 22 de setembro de 2016
http://shortText.com/73073878 A própria possibilidade de alternativas à lógica clássica põe em grande destaque questões metafísicas e epistemológicas fundamentais: faz sentido descrever um sistema lógico como correto ou incorreto? Se é o caso, existe apenas um sistema de lógica correto, ou poderia haver mais que um? E com base em que razões deveríamos determinar se um sistema de lógica é correto ou não? 08/02/2016
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