quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Segundo sua visão anarquista, numa sociedade sem Estado, como seria, por exemplo, a regulamentação de empresas, controle sobre produção, direitos trabalhistas? E a segurança, ficaria à cargo de empresas privadas? Ou o Estado é necessário enquanto as pessoas não souberem unir-se lutar pelo bem comum? 09/02/2016

O atingimento da anarquia só se dará DEPOIS que todos esses problemas estiverem resolvidos. Por isso é que não se pode "implantar" a anarquia. Ela tem que ser atingida por evolução civilizatória. Quando o mundo todo tiver superado a pobreza, a ignorância, as rivalidades religiosas e étnicas. Quando o crime já for um fato erradicado da sociedade há muitas décadas ou séculos, quando a colaboração já tiver substituído a competição de modo que nem se lembra mais o que seja competição. Quando a humanidade TODA, for constituída de pessoas virtuosas, nobres, prósperas, educadas, cultas, saudáveis, gentis, honestas, bondosas e assim por diante. Quanto tudo isso for alcançado, a anarquia será estabelecida espontaneamente, porque não haverá necessidade nenhuma da haver governo, de haver polícia, de haver advogados, de haver juízes, de haver fronteiras, de haver exércitos. A anarquia é um estado de espírito a que a humanidade alcançará por EVOLUÇÃO e não por nenhuma revolução. Não precisa haver lei nenhuma. Todo mundo vai fazer o que é certo porque é o que quer fazer. Todo mundo vai querer o bem uns dos outros. Não há patrões e empregados. Não há salários nem lucros. Todo mundo é o patrão de si mesmo ou o sócio do empreendimento em que trabalha. A economia não é nem monetária nem de troca. É uma economia de DOAÇÃO. Todo mundo trabalha com a máxima diligência, sem preguiça e sem cobiça e DOA, o produto de seu trabalho para os outros. Assim todos fazendo, todos têm tudo o que precisam. Ninguém é pobre e ninguém é rico. Também não existe a noção de família mononuclear. Tudo é coletivizado. Habitações coletivas, refeitórios coletivos, lavanderias coletivas, vestuários coletivos, transportes só coletivos. Esposos e esposas coletivos. Filhos e pais coletivos. Um verdadeiro paraíso terrestre, sem disputas, sem invejas, sem ciúmes. Isso pode, perfeitamente, ser alcançado em alguns séculos ou poucos milênios se se fizer, desde já, um esforço educativo para ir mudando a mentalidade para uma mentalidade de cooperação, de doação, de colaboração, de desprendimento, de compartilhamento, de trabalho diligente em prol do bem comum. Esse é o trabalho que os anarquistas têm que desenvolver. Educar o povo para a anarquia. E anarquia não é nenhuma bagunça. Pelo contrário, é o suprassumo da ordem, pois esta não é imposta e sim assumida por vontade própria.

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