sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Digo, a natureza respeita a lógica?

Não. Lógica é um construto intelectual humano. Mesmo que tal construção seja feita de forma a apresentar aderência aos fenômenos naturais, isto não é sempre atendido, pois a realidade é muito mais complexa do que os modelamentos teóricos que dela são feitos. Assim, por exemplo, a lógica dicotômica clássica não é verificada por uma extensa gama de fenômenos. Mesmo lógicas policotômicas e difusas, bem como multidimendsionais e probabilísticas não conseguem atender a todas as possibilidades apresentadas pela realidade em seus inúmeros aspectos. A mecânica quântica e a teoria da relatividade, por exemplo, apresentam problemas na descrição do mundo do muito pequeno e do muito grande, bem com das altas velocidades e altas energias, cujas ocorrências parecem desafiar os mais bem elaborados modelos teóricos. Assim é o caso do fenômeno do emaranhamento quântico. Fenômenos sociais e econômicos complexos, que, do ponto de vista reducionista, são naturais, também resistem a enquadramentos teóricos, exatamente porque estes são lógicos. A psicologia, com todos os esforços para reduzí-la à neurologia, que considero que seja o caminho correto, ainda apresenta sérios problemas, tanto que é uma disciplina dominada por escolas conflitantes de pensamento.
De fato, não há imposição nenhuma para que a natureza deva obedecer à lógica. Pelo contrário, a lógica é que precisa ser estabelecida de forma a contemplar o comportamento da natureza, pois esta atua por sua conta, sem dar importância alguma para os esforços humanos em compreendê-la.

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