O que é "nada quântico"? O que eu conheço é o "vácuo quântico", que é um estado em que o espaço está preenchido por um campo indiferenciado que, por alguma flutuação, pode dar azo ao surgimento de pares de partícula e anti-partícula. Mas há um campo e este campo possui energia, que se transformará na massa das partículas que emergirão. Nada é a ausência de tudo, inclusive do espaço vazio. Não é possível se dar o surgimento de coisa alguma a partir do nada, inclusive porque nada não é nenhuma entidade nem o estado de alguma coisa. Nada é a ausência de qualquer coisa: tempo, espaço, matéria, campo e radiação. Não sendo coisa alguma não possui atributo nenhum, como energia, massa, carga, extensão, duração ou o que seja. O Universo não surgiu do nada e sim surgiu sem que tivesse do que ser proveniente, o que é outra coisa e não um mero jogo de palavras. Surgir do nada implica a existência de um "nada", o que não há. Nada não é algo. O surgimento do Universo não é descrito por nenhuma lei física atualmente vigente, porque elas descrevem o comportamento do que existe. A passagem da inexistência para a existência, quando relativa à totalidade do que existe, é um evento único, pois, existindo algo, isto já passa a ter um funcionamento que pode ser descrito por leis. Nesse evento poderia terem se dado inúmeras possibilidades, pois não havendo nada, tudo é permitido, não havendo proibição alguma. Mas, uma vez que surgiu o que há, as outras possibilidades ficaram perdidas. Outros universos significam outras possibilidades, mas não que elas tenham sido realizadas. Esses universos são hipotéticos. Por definição, Universo é o conjunto de tudo o que existe, portanto não podem existir outros Universos, pois o que quer que seja que exista, pertence ao Universo. O que se pode ter são partes disjuntas do Universo, isto é, incomunicáveis. Essas partes poderiam funcionar de forma descrita por leis diferentes das que vigoram em nossa parte, sem que isto implicasse em problema nenhum, pois nenhum sistema pertenceria em parte a uma dessas partes disjuntas e, em parte a outra. Mas isto é uma conjectura impossível de ser verificada, pois, por definição nada do que haja numa delas teria a menor influência em outra. Como não há indício nenhum da existência desta situação, a hipótese mais aceitável é considerar que isto não existe, como se faz a respeito da existência de Deus.
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