sexta-feira, 24 de setembro de 2010

A favor do aborto?

Acho que fazer um aborto deve ser a coisa mais triste que pode acontecer a uma mulher. É preciso que a sociedade acolha crianças indesejadas de modo a permitir que toda gravidez seja completada. Numa sociedade anarquista isto não seria problema nenhum, pois toda criança é filha de todo adulto, não existindo famílias. E o amor seria livre e compartilhado entre todas as pessoas.
Na estrutura atual da sociedade há situações em que levar avante uma gravidez pode ser pior. Então admito o aborto, desde que feito bem no início da gestação. Há que se estudar até quando e isto depende de se entender quando é que o feto se torna uma pessoa em virtude de seu desenvolvimento neurológico. É preferível aceitar-se legalmente esta possibilidade do que existir uma indústria clandestina de abortos extremamente perigosos para a vida das mulheres que o fazem.
Imputo esta problemática, isto é, haver casos em que alguma mulher seja colocada na situação de preferir o aborto, ao comportamento irresponsável de homens que satisfazem seu desejo sexual sem pensar nas consequências de seu ato. Para mim, gerar uma pessoa é algo de extrema responsabilidade, que não pode ser tratado levianamente como se fosse beber uma cerveja. Todo homem que se relacione sexualmente com uma mulher, em que circunstância for, tem que estar ciente de que daquela relação pode nascer uma criança e que esta criança é uma responsabilidade dele para o resto da vida. A lei precisa ser muito rigorosa nesse sentido, especialmente hoje, em que o exame de paternidade é praticamente determinante, sem erro. Isto fará com que os cuidados para que se evite uma gravidez indesejada sejam redobrados, o que também contribuirá para a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, especialmente a SIDA. Por outro lado, o estado teria que ter uma política de apoio a gestantes com gravidez indesejada, para permitir que ela seja levada a termo e a criança já adotada, ao nascer, por alguma família.
Em último caso, o aborto, desde que nos primórdios da gestação. Note que minha opinião não tem nenhuma relação com qualquer preceito religioso, mas apenas com o respeito pela vida, que é um privilégio preciosíssimo por sua extrema raridade no Universo.

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