quarta-feira, 24 de julho de 2013

Achas que Deus é uma invenção dos humanos? Uma invenção para que os humanos tenham forças para seguir?‎

Sim, uma invenção. Mas acho que, a princípio, não para dar forças, mas para explicar o inexplicável. A observação mostra que quase toda ocorrência tem um agente provocador identificável. Quando ele não é achado, a mente imagina um invisível. Seriam os deuses. Eles seriam os responsáveis pelos fenômenos naturais, especialmente os catastróficos. E se eram entidades, foi fácil supor que fossem pessoas, possuídas, inclusive, por caprichos. Logo teriam que ser aplacados em sua ira, para não provocar catástrofes. Daí as preces e os sacrifícios propiciatórios. Posteriormente é que se refinou essa noção, para um deus único, para um deus bondoso, para um deus provedor, para um deus consolador. Mas algo dessa noção primitiva continuou, inclusive no cristianismo, que considera que a morte de Jesus foi um sacrifício expiatório, do tipo da imolação de ovelhas, para aplacar a ira de Deus pelo pecado original. Só que essa ira era tão grande que o sacrifício de simples animais não a aplacaria, mas apenas o sofrimento atroz de seu próprio filho sacrificado. Realmente uma tremenda demonstração de crueldade divina e não de bondade como se propala. Não é verdade que Deus tenha sido infinitamente bom ao mandar seu filho ser imolado para que a humanidade pudesse se salvar. Ele foi infinitamente cruel. Se fosse bom, simplesmente perdoava e pronto. Não iria exigir sacrifício de ninguém. A redenção, que é o centro da doutrina cristã, é algo completamente absurdo.

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