quarta-feira, 24 de julho de 2013

Como o senhor diferenciaria espiritualidade de religiosidade?

Considero que espiritualidade seja um conceito desvinculado de crenças e religiões. Trata-se de um conceito filosófico, entendido como atitude de vida. É aquela atitude de se priorizar os valores mais elevados e nobres da humanidade, como bondade, solidariedade, cordialidade, gentileza, altruísmo, compaixão, abnegação, diligência, nobreza de caráter, justiça, honestidade, lealdade, sinceridade, coragem e bravura na defesa do bem, da virtude e de todos os valores mencionados, bem como a beleza, o conhecimento, a prudência, a sabedoria e tudo que seja edificante, enlevante e capaz de fomentar a paz, a harmonia, a alegria e a felicidade de todos os seres. Trata-se de uma disposição de viver virtuosamente e em prol do outro, da coletividade, da humanidade e de toda a natureza, despido de todo e qualquer egoísmo, orgulho, soberba, inveja, avareza, maledicência, vaidade, ambição, mesquinhez, desonestidade, prepotência, enfim, de todos os vícios. É um desejo de fazer prevalecer o bem, a virtude, o conhecimento e a sabedoria sobre o mal, a ignorância e o vício.
Isto é independente de qualquer crença em Deus e na existência de espíritos e de uma alma imortal.
Já a religiosidade considera a espiritualidade mas a coloca em um contexto de atendimento às prescrições da divindade para a vida reta, bem como de louvor a essa divindade e, especialmente, de obtenção de graças e méritos para conseguir a salvação eterna de sua alma, pois considera a existência de um prolongamento da vida após a morte, por parte da alma. Além do mais se associa a uma série de práticas rituais como orações, liturgias, sacrifícios e outras. Uma espiritualidade não religiosa prescinde dessas práticas e não se vincula ao louvor nem às súplicas a nenhuma divindade. Tampouco vincula as práticas elevadas a qualquer recompensa em termos de uma vida depois da morte, ou mesmo nesta vida.

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