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quarta-feira, 24 de julho de 2013
O que o sr pensa de ateus que participam de rituais místicos por se sentirem bem?
É um direito deles que eu respeito, mas acho uma incoerência. A espiritualidade pode ser cultivada mesmo sem a crença em Deuse em espíritos, por meio de atividades enobrecedoras e pela dedicação aos aspectos mais culturalmente sofisticados e elevados, com a música clássica, a prática da caridade anônima e desinteressada, a dedicação a causas nobres e outras similares, a aplicação em refletir filosoficamente sobre o significado da realidade, do bem e coisas assim. O misticismo, contudo, me parece conter uma contradição com a concepção ateísta, que inclui a descrença na alma e em espíritos. Pelo que me consta, o misticismo é a busca de um encontro efetivo com alguma realidade transnatural, absolutamente não admitida no ateísmo. Uma pessoa que tenha algum pendor místico, sendo atéia, pode sentir alguma emoção na contemplação da beleza de um por de Sol, por exemplo. Mas ela sabe que não tem nada a ver com espíritos ou divindades. Já a participação em rituais, que são especialmente preparados para provocar algum tipo de comunicação com algo transnatural, uma vez que um ateu sabe que tal coisa não existe, para mim, é uma incoerência.
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