quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Sobre traição em um relacionamento: ser fiel ao companheiro, pressupõe antes, ser fiel a si mesmo. Se somos capazes de amar mais de uma pessoa, a fidelidade a uma só pessoa, seria então uma mentira e portanto uma infidelidade?‎ Maria Baderna

Não é bem assim. Todo mundo é capaz de amar a mais de uma pessoa, no aspecto erótico-romântico. Mas pode ser que ache que isso não seja certo e reprima os outros, consentindo em apenas um deles. Então dedica fidelidade a este. A questão principal é o que fica estabelecido entre os amantes. Se eles, entre si, estabelecem que só admitem a exclusividade, então o consentimento em viver outra relação é uma infidelidade. Note que amar, sem consentir na relação amorosa, é algo inteiramente inevitável, se vier a ocorrer. Se eles estabelecem que não existe exigência de exclusividade, cada um deles tem a liberdade de viver outros relacionamentos amorosos paralelos sem que isso seja infidelidade. No meu entendimento, inclusive, qualquer outro relacionamento tem que ser dado a conhecer aos parceiros existentes, para que, realmente, não seja uma traição. Ser fiel a uma pessoa, admitindo que se possa amar não exclusivamente, não é uma infidelidade, mas uma escolha. Pode-se perfeitamente se admitir a possibilidade de qualquer coisa e, mesmo assim, não a praticar.

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