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sexta-feira, 14 de março de 2014
Há algo de racional a dedução aplicada a premissas fantasiosas? Tipo, algo como o que fez Tomás de Aquino acerca do nascimento virginal de Cristo para deduzir que Maria não teve outros filhos.
Sim, o que não significa que as conclusões sejam verdadeiras, mesmo que os raciocínios sejam válidos e lógicos. Na suposição de que Jesus seja uma encarnação de Deus, seria lógico esperar que ele fosse gestado por uma mulher que nunca tivesse pecado e nem os cometeria depois. Ora, a concepção judaica e cristã é de que o ato sexual seja pecaminoso. Então, com base nessas duas premissas, a conclusão de que a geração de Jesus tenha sido partenogenética e de que sua mãe tenha permanecido virgem a vida toda segue inexoravelmente. Mas as duas premissas é que são falsas, logo a conclusão, mesmo correta, não é necessariamente verdadeira (Isso é que é a lógica, pode até ser verdadeira, mas não necessariamente). O erro está na suposição de que Jesus seja uma encarnação de Deus e de que o sexo seja pecaminoso, donde a virgindade seria virtuosa e a maternidade normal o fruto de um pecado.
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