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sexta-feira, 14 de março de 2014
Você acha que todos merecem acesso a educação de qualidade? Todos têm igual direito de se ligar ao conhecimento? É possível construir uma sociedade sem desigualdades ou o egoísmo e a indiferença para com a realidade alheia são componentes imbatíveis de nossa odiosa natureza?
Claro que eu acho. Tudo isso. Nossa natureza não é odiosa. Somos capazes tanto do bem como do mal. E a bondade é maior do que a maldade, inclusive em fração da população. Há mais gente boa do que gente má. É, pois, perfeitamente possível, por meio da educação e da disseminação da prosperidade e da igualdade, levar a população completa a abraçar o bem e rejeitar o mal. Excetuando-se os casos patológicos, a serem submetidos a tratamento médico e psicológico, não havendo desigualdade social, não havendo pobreza nenhuma, não havendo ignorância nenhuma, não há razão para ninguém cometer crimes ou fazer qualquer mal, se a sociedade possibilitar a todo mundo o acesso ao conforto. Nem crime passional existe se a concepção amorosa excluir a ideia de posse da outra pessoa. Ou seja se todos forem de todos, compartilhadamente. Essa é a meta do movimento anarco-comunista pacifista: o desenvolvimento de um requintado nível de civilização que dispense qualquer aparato de coação à liberdade e, mesmo assim, a ordem é superlativa, pois é assumida voluntariamente. Todavia, jamais tal situação pode ser alcançada por meios revolucionários e cruentos. Porque numa revolução os vencedores precisam subjugar os vencidos a fim de que não lhes derrubem do poder. E o ideal anarquista é da inexistência de poder. Então a anarquia é um objetivo a ser alcançado por meio de uma evolução e não de uma revolução. Claro que isto demandará centenas de anos. Mas é a tendência natural da humanidade.
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