quarta-feira, 16 de abril de 2014

Meu irmão de 9 anos disse a mim que pra ele Deus não existe. Todos na nossa familia somos cristãos, gostaria de saber se é normal isso acontece por parte da criança, ou seria influencia de alguém? Uma criança pode parar, refletir e chegar a essa resposta sem ninguém pra ajudá-la?

Acho difícil. Normalmente a criança acompanha a orientação religiosa da família até uma idade em que seja capaz de contestar. Isso costuma acontecer na adolescência, mas a adolescência, psicologicamente, é uma fase que se inicia em idades variáveis conforme a pessoa. O mais provável é que alguém, de fato, tenha influenciado o seu irmão. Nesse caso, é bom se discutir serenamente com ele as razões que o levam a não acreditar em Deus e contra-argumentar com as razões que a família admite para se acreditar em Deus. Mas é preciso estar aberto para que a criança convença a família de sua concepção pela impropriedade da crença em Deus. Se se detectar qual a pessoa que influenciou a criança, seria bom, também, estabelecer uma discussão franca e aberta com ela a respeito de suas convicções, ou para que ela convença a família ou para que a família a convença de estar errada. Nunca, porém, pode-se admitir a crença de modo dogmático ou impositivo e sim por convencimento, com base em argumentos de grande plausibilidade. Aliás á isso que os padres, pastores, rabinos, mulás, gurus, monges e sacerdotes de todas as religiões precisariam fazer em suas preleções em seus templos, para que todos os fiéis o fossem porque ficam convencidos da propriedade de sua fé, por argumentos sólidos, firmes e bem embasados, com lógica e plena validade epistêmica. Certamente que uma fé gratuita não tem nenhuma garantia de validade, uma vez que há fés genuínas e sinceras em uma multiplicidade de crenças completamente distintas, que se contradizem em muitos pontos. E a verdade, certamente, tem que ser única.

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