quarta-feira, 16 de abril de 2014

Professor, a razão pode levar ao conhecimento sem necessitar dos sentidos, mas os sentidos não podem levar ao conhecimento sem o apoio da razão?‎

Não é bem assim. Primordialmente, desde a vida intrauterina, tudo o que a mente (que é uma ocorrência do cérebro e seus anexos) adquire de conhecimento do mundo é captado pelos sentidos. Por sua arquitetura de funcionamento, o cérebro é capaz de raciocinar sobre as percepções e tirar conclusões, que são conferidas experimentalmente pelo corpo e pelos sentidos e assim vai se construindo o arcabouço de conhecimentos, tanto conceituais quanto procedurais. Desse modo é possível que o raciocínio, tanto consciente quanto inconsciente, possa construir novos conhecimentos sem o aporte direto dos sentidos nessa construção, mas com base no que já está registrado e o foi, anteriormente, por percepções advindas de sensações ou de raciocínios passados. De qualquer modo, um conhecimento não é, apenas, um registro sensorial, mas uma interpretação deles por cotejo com todo o cabedal de registros já consolidados, o que constitui as percepções, bem como os desdobramentos racionais a partir delas, isto é, a formação de juízos, abstrações, associações, e raciocínios mais complexos. Como também os sentimentos, que combinam percepções com emoções. A consciência e a auto-consciência são um tipo de percepção, a saber, a que o cérebro tem de seu próprio funcionamento e do organismo como um todo, que dá a sentimento do "eu". Mas a maior parte das operações racionais do cérebro é feita de modo inconsciente, ensejando a emergência à consciência na ocorrência denominada "intuição".

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