terça-feira, 22 de abril de 2014

Não acredito que eu conseguiria deixar os ciúmes e a monogamia de lado, talvez porque mesmo liberal tive uma criação tradicional. Prefiro a solidez de um relacionamento único às incertezas de ser libertino. É mais seguro, e, com a pessoa certa, prazeroso.‎

Mas eu não proponho libertinagem nenhuma. O que eu digo é que se deve admitir a possibilidade de relacionamentos plurais. Isso não é libertinagem de modo nenhum. E quanto à tradição, elas não têm valor por si mesmas. Podem ser mantidas se forem boas. Mas podem ser derrubadas se não o forem. A monogamia não é algo bom como uma imposição. Claro que é válida, mas como escolha. O que não se pode é impedir a escolha pela poliandria ou pela poliginia. Não há mal nenhum nelas. Não fere a ética, em absoluto, se todos estiverem de acordo. Só é imoral porque moral é o que se costuma permitir, proibir ou prescrever. Mas a moral pode mudar e, nesse caso, a prescrição da monogamia é uma moral equivocada. Um relacionamento plural não é menos sólido do que um singular. E não tem nada de libertino. E nada diz que a pessoa certa não podem ser "as pessoas certas". Quanto ao ciúme (e não "ciúmes"), ele é um grande defeito de caráter. Como a ganância, a inveja, a cobiça e o egoísmo.

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