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sexta-feira, 11 de julho de 2014
A abolição escravista sem reforma agrária, educação com direito universal e igual para todos, direitos trabalhistas e demais instituições efetivas, são as partes mais fortes da falta de plena cidadania do brasileiro?
No meu entendimento essas falhas são decorrentes de algo mais fundamental e pernicioso que é o que leva à bancarrota o projeto civilizatório brasileiro. A questão é que não há projeto nenhum. Em geral, o brasileiro, seja o dominador, seja o dominado, só quer saber de se dar bem individualmente. Não tem um projeto coletivo para a sociedade. Não quer saber do bem geral, só do seu, particular. Quando um dominado vence a dominação ele se torna dominador e faz com os que eram como ele o mesmo que ele, antes, condenava em quem o dominava. Quem tenha ideais sociais coletivos é considerado um trouxa porque não se vale de vantagens para se dar bem e fica pensando no bem geral. Isso é o pensamento geral, com exceções. Não digo que a maioria das pessoas seja malévola. O que acontece é que não se dispõem a dar de si, sem retorno, pelo bem de todos. Todos só se afirmarão quanto todos se preocuparem uns com os outros. É preciso introjetar a amor como o fundamento do sentido da vida. Não só na vida privada mas na vida social, política e econômica. Sim, para que o mundo se torne um lugar bom de se viver, para todos e não só para alguns, a política e a economia têm que ser baseadas no amor, isto é, em querer o bem de todo mundo. Cidadania é uma questão de reconhecimento recíproco. Alguém só é cidadão pleno se isso for reconhecido por todo mundo. Então é preciso que uns aos outros se respeitem, que ajam eticamente, que se tenham em consideração recíproca. E o fundamento da ética é a empatia, isto é, a capacidade de se colocar no lugar do outro. Essa capacidade é fruto do amor. Portanto o amor é a fonte da ética, que é da cidadania, que tem que ser da política e da economia.
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